rimar
Há momentos em que me apetece muito que os meus pensamentos rimem e, por vezes, tenho alguma dificuldade em controlar esta vontade. Observado através de uma lente psicopatológica, isto é capaz de sugerir um registo ansioso, com contornos obsessivo-compulsivos. Sentido por dentro e dito para fora, nada mais é do que uma vontade imensa de me sentir alegre. Não creio que seja, portanto, um recurso interno para gerir a angústia, uma tentativa de controlo do que está fora de mim, um mecanismo de defesa para manter o equilíbrio emocional. É, única e simplesmente, pura diversão. Gosto de rimas, gosto da melodia de algumas palavras quando cantam em conjunto com outras. Mais do que música para os ouvidos, gosto de rimas que musicam a minha cabeça. Fico bem disposta, o mundo parece-me mais colorido, os dramas mais leves, todas as coisas mais simples. A graça da desgraça. Amar sem respirar. Acreditar, ousar, saltar, confiar, voar, vibrar, regressar. A gargalhada de uma fada, no meio da crian